O mercado global de peças de segunda mão deve crescer três vezes mais* do que o segmento convencional, graças principalmente à Geração Z. Com a alta do custo de vida, esse grupo demográfico vai continuar explorando os canais de revenda para buscar alternativas mais acessíveis nos próximos anos.
Neste post, vamos analisar os hábitos de compra da Geração Z e as oportunidades do mercado de revenda para 2024. Então, quais são os propulsores de consumo que fazem com que a Geração Z adore itens de segunda mão?
Nostalgia
A Geração Z é impulsionada pela nostalgia – não se trata de idade, mas de atitude. Como válvula de escape da realidade, os consumidores mais jovens sentem saudades de um tempo que não viveram.
Essa geração quer roupas impossíveis de encontrar nas coleções atuais: dados do WGSN Barometer* apontam que 40% da Geração Z compram itens de segunda mão porque não conseguem encontrar o que querem nos varejistas tradicionais.
Em busca de diversão
A ansiedade alcançou níveis recorde: de acordo com uma pesquisa da WGSN (acessível aos assinantes aqui), a ansiedade foi a emoção mais relatada pelo consumidor em 2023 – mais precisamente por 70% dos entrevistados. A Geração Z e os jovens Millennials são os mais impactados, tendo que amadurecer em um período de fragmentação, volatilidade e incerteza.
Ansiosos por diversos fatores – da instabilidade econômica à crise climática –, os consumidores jovens estão reavaliando suas prioridades, interessados em produtos e experiências capazes de trazer um sentido de alegria e conforto. É por isso que os canais de revenda, dotados de uma natureza autêntica e divertida, caíram nas graças da Geração Z.
Alta do custo de vida
A compra de itens de segunda mão pode até ser uma experiência enriquecedora, mas a Geração Z também está sofrendo com a alta do custo de vida. Nos EUA, 28% da Geração Z entre 18 e 25 anos não conseguem guardar dinheiro, e 32% gastam metade da renda mensal em aluguéis. Isso explica o apelo dos canais de revenda para esse grupo, que está sempre em busca de opções acessíveis e sustentáveis.
O consumidor da Geração Z é o grande responsável pelo crescimento de plataformas de revenda como Depop, Vinted, GOAT e Grailed, que oferecem opções fashion únicas e podem servir como fonte alternativa de renda.
Muitas pessoas desse grupo demográfico compram roupas para revender, já que cresceram acostumadas com essas plataformas. De acordo com o WGSN Barometer, a Geração Z está vendendo peças usadas para ‘destralhar’ (50%), pela sustentabilidade (33%) e para faturar um dinheiro extra (56%).
O que vem por aí no mercado de segunda mão?
Isso seria inacreditável há alguns anos, mas peças sociais usadas devem ser tendência neste ano. O novo look social da Geração Z, apelidado de ‘Thrift-dult’ pela WGSN, rejeita a moda escritório tradicional, combinando estilo pessoal e identidade profissional para dar um toque divertido e renovar a estética clássica da categoria. A ideia aqui é misturar itens novos e de segunda mão para obter um visual eclético e customizado, resultando em looks que vão transitar bem entre reuniões com o cliente e drinks informais no meio da semana.
A não conformidade, a inclusão e uma proposta agênero formam a base da moda escritório de segunda mão. Blazers, riscas de giz, gravatas e ombreiras dos anos 80 têm presença garantida por aqui, enquanto uma alfaiataria renovada dá um toque premium ao dress code urbano para atender uma nova geração.
Para pensar
As marcas precisam se perguntar:
- Estamos criando as roupas certas?
- É possível explorar uma proposta divertida?
- De que forma podemos ajudar o consumidor a lidar com a incerteza financeira?
Além de incorporar iniciativas de revenda ao seu modelo de negócio, as marcas precisam investir em parcerias estratégicas com plataformas nativas do mercado de segunda mão, pequenos negócios e criadores.
De acordo com as nossas análises, os canais de revenda terão um impacto duradouro, transcendendo a indústria fashion e influenciando outros segmentos. Para saber mais sobre o re-commerce, peça uma demonstração por meio deste link e torne-se nosso assinante, ganhando acesso a diversos estudos de caso e pontos de ação identificados pela equipe WGSN.
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*Fonte: ThredUp.com
**Pesquisa do WGSN Barometer: os dados utilizados neste post foram coletados a partir de entrevistas com mulheres dos 16 aos 74 anos (EUA e Reino Unido), entre janeiro e dezembro de 2022 e 2023, usuárias de cinco plataformas de revenda importantes.
Sobre o WGSN Barometer
O WGSN Barometer ajuda as marcas a identificar e implementar estratégias alinhadas aos hábitos do consumidor. Para isso, oferecemos a visão mais abrangente do mercado em termos de performance da marca e atividade dos concorrentes, analisando toda a indústria fashion.
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